segunda-feira, 28 de abril de 2008

ANTIGONA

Sófocles nasceu por volta de 496 a. C., na pequena localidade de colono, nas mediações de Atenas. Durante sua longa vida, Sófocles presenciou a expansão do império ateniense, se apogeu com Péricles e, finalmente, sua decadência após a derrota na Sicília, durante a guerra do pelo Peneso.

São os gregos, como Sófocles, a fonte para o debate das questões morais da vida humana. Em sua peça, Antígona, por exemplo, Sófocles transforma o mito grego em um drama universal, de uma forma ou de outra, vivido por cada um de nós. Sai intenção, como bom grego, é mostrar que toda a ação humana é susceptível de erro. Daí a característica de sua literatura, alimentada pela mitologia.

Na tragédia grega Antígona, Sófocles leva o leitor a uma reflexão profunda acerca das diversos temas que nos fazem parte da vida dos seres humanos, por exemplo: Política, religião, direito, diferenças entre gêneros, perfis psicológico e, principalmente, a moral, destacando que as ações morais são irreverssíveis.

Antígona teve como punição a própria morte, por se julgar acima das leis do estado; ela se colocou na condição de Deus ao julgar Creonte e foi responsável por duas mortes; Hêmon e Eurídece. Assim, a oposição de Sófocles em sua trama é tão perfeita que a própria Heroína da história teve atitudes negativas e criminosas, ao passo que antagonista passou a ser uma pessoas melhor no final do mito. Podemos destacar outros pontos que marcaram a encenação apresentadas pelos meus colegas, com isso, recorro ao texto interpretado para não falhar no comentário e cometer injustiça diante de uma apresentação tão bonita feita pelos mesmos. Alguns motivos levaram Antígona e Creonte defenderem suas posições particulares e políticas respectivamente. A atitude de Antígona teve como antecedente a luta pelo estado, a disputa dos dois irmãos pelo poder. Em contra ponto, ao lado político Creonte foi motivado pela tragédia familiar que fez Jocasta se matar e Édipo abdicar, permitindo, assim, o acesso de Creonte ao poder.

Creonte representa o poder estabelecido. As atitudes que toma visam à manutenção desse poder, de tal forma que os fins, para ele, parecem justificar os meios, ao punir Antígona, independentemente de suas razões e crenças pessoais. Projeta nos outros seus próprios defeitos, como o autoritarismo e o comportamento pautado pela ganância. Não consegue se retratar a tempo para corrigir um erro e evitar uma tragédia que, inclusive, o prejudica severamente.

A tragédia expõe ao Público as relações delicadas a que somos expostos dentro de uma sociedade e o quanto é importante que os nossos desejos não superem a razão. A discussão da moral enfoca a importância da empatia com o outro, assumindo, assim, a postura de sempre olhar para ambos os lados e tentar entender até onde somos levados pela emoção. Esquecemos da importância de nos dedicarmos a analisar um problema, em vez de simplesmente julgar, buscar temperança. A mitologia ajuda a tragédia no momento em que ela direciona a discussão, criando opostos (como o caso da trama vivido por Antígona) e ajudando na formação de uma consciência crítica para formação de opinião.

O pleno sucesso da democracia ainda é algo a ser buscado pelos homens, e, para isso, deve ser adaptada a algumas práticas gregas, tais como a participação política dos cidadãos de forma engajada e consciente e a reflexão sincera sobre as questões éticas, para que os cidadãos atuem e assumam a responsabilidade de organização da sociedade em nível coletivo e não de pequenos grupos, como continua sendo feito nos dias atuais.

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