sábado, 20 de setembro de 2008

MOSTRA DE FILMES FILOSÓFICOS


“FILOSOFIA COMO INTRUMENTO DE TOTALITARISMO”
O Filme se inicia com a demonstração da típica estética totalitarista, e a partir deste ponto caminha través da história, revelando as sutis ligações entre o pensamento autoritário e a filosofia.

“BIOPODER – DISCIPLINARIZAÇÃO – PRODUTIVIDADE”
No filme pretende-se desmascarar como instituições eclesiásticas, escolares, médicas, psiquiátricas e prisionais têm para o governo uma utilidade política e até ideológica em sua vontade de poder pela normalização e docilização do corpo populacional para a produtividade.
No lugar da lei, a norma; o corpo e adestrado, a população é mantida ativa e saudável e assim governável graças ao biopoder que gerencia a vida.

“O QUE É SOPHIA?”
O filme visa analisar, estudar e refletir a cerca dos temas que inferem na vida do ser humano. Os temas que nos propomos a levar aos jovens e adultos são: Solidariedade, Ética, Educação, Justiça e Liberdade. Analisados sob um enfoque filosófico, onde, tivemos como referência alguns filósofos que nos ajudaram de suporte para a argumentação e construção dos mesmos, eles são cada vez mais pertinentes e relevantes na prática de nossas ações, as quais nos levam a uma reflexão crítica e profunda da sua importância na relação comigo mesmo, com os outros, com a sociedade e com o mundo.

“O SER EM BUSCA DA CURA DOS MALES QUE O ASSOLAM”
Todo homem é cercado de males que o não deixam viver livremente, contudo encontramos algo dentro de nós que clama por liberdade e que quer ser curado. O ser nasceu para vida e não para morte. E quais são os mecanismos usados para que tal transformação aconteça? Quais são as emoções que brotam do homem diante do cuidado de si?
Entre e navegue nessa pequena reflexão sobre o Ser e os males que o assolam.

“ O ADMIRÁVEL MUNDO DA LINGUAGEM”
O filme, propõe falar da linguagem e suas definições tomada pelo senso comum e tomada filosoficamente em algumas vertentes dentro da filosofia, de maneira “simples” para levar o público alvo, as crianças, a refletir sob as funções da mesma no dia-a-dia de cada pessoa.


“JOVEM E O CUIDADO DE SI”
O vídeo Jovem e o cuidado de si, elaborado pela equipe Devir Produções, faz uma abordagem de como Sócrates e Schopenhauer pensavam um caminho para ser feliz e como Avicena tentava achar uma cura para o medo da morte. O curta metragem é direcionado a estudantes de ensino médio. Com entrevistas, músicas, e pequenas novelas ele tenta aproximar ao máximo o pensamento filosófico ao dia-a-dia da juventude.

NASCENDO PARA UM NOVO TEMPO
O filme explora a existência humana imersa nesse contexto de aculturação que presenciamos atualmente, e é por presenciarmos esta era dominada pela tecnologia, em que o tempo fica cada vez mais escasso, que decidimos mostrar as conseqüências que isso traz a um individuo.
O protagonista do filme, Dionísio, um cara de classe média, sempre foi educado dentro desse mundo capitalista, no qual se dá muito valor ao status. Em decorrência deste modo de vida, observamos um homem egoísta que sofre por precisar de algo que acredita estar nas coisas materiais. Perdendo a sua vida em nome de uma existência sem significado, considerando-se um ser individual, o homem acaba por desestruturar as instituições, que buscavam aprimorar o comportamento social do ser humano, através da construção de valores e da educação, o que nos abre portas para que pensemos acerca do ser.

“LIVRES! SOMOS LIVRES?”
Um dos profundos anseios humanos é ser livre. Na história da filosofia muitos pensadores refletiram sobre essa temática e procuraram compreender em quais condições o ser humano não é coagido por forças externas e pode fazer escolhas conscientes para sua existência. Na tentativa de abordar essas e outras idéias, o grupo Pallotti Produções apresenta “Somos Livres?” com o intuito de debater filosoficamente diante dos várias concepções sobre esse tema a fim de trazê-lo para a nossa realidade.

MULHER: DESVELANDO O ENIGMA FEMININO
Este documentário aborda de forma geral a questão feminina pensada, de certa, maneira, como um enigma. Focalizamos, assim, a mulher a partir de alguns aspectos específicos que consideramos como inerentes a ela, tais quais: afirmação da feminilidade, como algo diferente da masculinidade, e ainda sobre política, direito, emancipação e, finalmente, estética. Com base nestes pressupostos a Filosofia pode fazer algumas indagações: o que é ser mulher? Que reflexão filosófica pode ser explicitada pensando a mulher sob estes aspectos? Ancorados nestas e noutras interrogações vários especialistas tentam aclarar um pouco mais esse enigma que é o ser feminino e suas implicações para a mulher.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Fé e política: Mlhor Juntas.

Gilberto Alexandre da Luz
Entrevista com Dom Charles Chapul, arcebispo de Denver


Por Karna Swanson

DENVER, Colorado, terça-feira, 2 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- Não só a religião tem espaço no âmbito público, mas uma democracia precisa das contribuições da moral e das convicções religiosas para continuar sendo sadia e forte, afirma o arcebispo de Denver.

Tirar a religião do jogo, acrescenta Dom Charles Chaput, autor do livro recém-publicado «Render Unto Caesar: Serving the Nation by Living Our Catholic Beliefs in Political Life» (Dar ao César: Servir a Nação vivendo nossas Crenças Católicas na Vida Pública), é a forma mais rápida de destruir uma democracia.

Nesta entrevista concedida à Zenit, Dom Chaput fala sobre as idéias propostas em seu livro sobre os católicos e a política e comenta o que considera serem os temas importantes para os votantes americanos nas eleições presidenciais de novembro.

-O catolicismo na vida pública dos Estados Unidos teve uma longa e complicada viagem, e o senhor afirma que os católicos têm muito a oferecer ao processo político, mas que com freqüência mantêm suas crenças e convicções separadas de sua atividade política. Por que é assim?

-Dom Chaput: Os católicos foram sempre minoria nos Estados Unidos, e sempre foi real neste país o preconceito com relação a eles, inclusive antes de sua fundação. Algumas discriminações foram indiretas e corteses. Só em algumas ocasiões assumiram formas mais vulgares de discriminação econômica e política, e o fanatismo. De qualquer forma, o preconceito sempre alimenta o apetite de uma minoria de ser aceita, conseguir ser assimilada, e os católicos norte-americanos fazem isso extraordinariamente bem – de fato, muito bem.

Sob a desculpa de ser bons cidadãos, muitos católicos compraram a idéia errada da «separação da Igreja e do estado». Os católicos norte-americanos sempre apoiaram o princípio de manter a autoridade religiosa e civil separadas.

Ninguém quer uma teocracia, e muitos dos meios que estiveram falando do «fundamentalismo cristão» utilizaram somente uma tática de medo especialmente ofensiva. A Igreja não pretende dirigir o Estado. Tampouco queremos que o Estado interfira em nossas crenças e práticas religiosas – que, sinceramente, hoje é um problema muito maior.

Separar a Igreja do Estado não significa separar temas de fé e temas políticos. O verdadeiro pluralismo requer um saudável conflito de idéias. De fato, a melhor forma de acabar com a democracia é que as pessoas separem suas convicções religiosas e morais de sua tomada de decisões políticas. Se as pessoas acreditarem de verdade em algo, atuarão sempre sobre isso como matéria de consciência. De outra forma, só estão mantendo a si mesmos. Por isso, a idéia de forçar a religião a sair dos debates de política pública não é só pouco inteligente, é antidemocrático.

-Um capítulo do livro é dedicado a Tomás Moro. O mesmo capítulo menciona John F. Kennedy, o primeiro presidente católico dos Estados Unidos. Qual é a diferença fundamental entre esses dois líderes políticos católicos?

-Dom Chaput: Como comento no livro, devemos ser cuidadosos na hora de estabelecer um paralelo excessivamente próximo entre a situação de Moro e os problemas que os funcionários públicos norte-americanos enfrentam. Mas Moro e seu amigo John Fisher permanecem tão vivos em nossas memórias por uma razão. Conservaram sua integridade a toda custa, inclusive suas vidas. Colocaram Deus antes do César.

Quanto a Kennedy, é necessário recordar o contexto de sua campanha em 1960. Kennedy tinha muito talento e coragem, mas também tinha de superar 200 anos de protestantismo.

Infelizmente, apoiando estes temores protestantes, criou um novo modelo católico de separação do serviço público da convicção privada. Atuava com boa vontade, e certamente não podia ver o futuro – mas causou muito dano. Durante os últimos 40 anos, seu exemplo guiou cada funcionário público católico, que «pessoalmente se opõe» a certo mal grave, mas que não quer fazer nada a respeito. Ainda estamos sofrendo os efeitos.

-Também observa que a nova cultura da mídia criou um ambiente para o debate público no qual o «mercado sério de idéias» é reempregado pelos slogans. Como os políticos católicos podem atuar neste ambiente?

-Dom Chaput: Não há uma resposta fácil para isso. Os católicos norte-americanos precisam ter uma atitude muito mais crítica com relação aos meios de comunicação, inclusive a indústria informativa. No jornalismo, por exemplo, trabalham muitas pessoas boas. Mas a imagem da realidade informada pelos meios de notícias sempre está colorida por pelo menos três coisas: a tecnologia do meio, a necessidade de obter benefício e o viés da organização.

O que vemos e ouvimos sobre informação política costuma ser uma versão tendenciosa dos fatos. Os cidadãos precisam estar em alerta sobre como os meios aumentam os apetites públicos e modelam nossas opiniões. E os políticos católicos precisam aprender a usar a mídia – de forma honesta, supostamente – e como não ser utilizados por ela.

-Espera que seu livro, publicado meses antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, tenha impacto no processo eleitoral, de alguma forma?

-Dom Chaput: Terminei o texto em julho do ano passado e o estive revisando até novembro. Queria que o livro aparecesse em março deste ano para que tivesse espaço entre ele e o período de campanha. Mas o editor tomou essas decisões.

Não é minha intenção, nem no livro nem em qualquer outro meio, dizer às pessoas como votar. Não apóio candidatos, não uso um código de linguagem para conseguir que as pessoas gostem ou não gostem de um partido político. Esse não é o trabalho de um pastor.

As pessoas precisam votar conscientemente. Mas a «consciência» não aparece milagrosamente do nada; não é um tema de opinião pessoal ou preferência privada. A consciência sempre se baseia em uma verdade maior que nós mesmos. As pessoas que dizem que são católicas precisam ser honestas consigo mesmas e com a comunidade crente. Precisam atuar verdadeiramente como «católicas» em particular e em público, e isso inclui a forma como tomam suas decisões políticas. E é precisamente o trabalho de um pastor ensinar aos católicos sua fé e animá-los a aplicá-la.

-Neste ano de eleições, parece que haverá mais debate sobre os «grandes» temas sociais que os católicos deveriam considerar ao votar. Como o senhor vê esta tendência? E quais são os principais temas que os votantes católicos enfrentarão no próximo mês de novembro, na sua opinião?

-Dom Chaput: O ensinamento da moral da Igreja não muda, seja ano de eleições ou não. Enfrentamos um monte de temas importantes nesta época: a economia, a reforma da imigração, a guerra do Iraque. São urgentes e importantes, mas não podem ser utilizados como uma desculpa para ignorar a criança não-nascida.

Não importa quanto queiramos tapar com o debate sobre os «grandes temas sociais»; a luta contra o aborto continua sendo um tema social fundamental de nosso tempo. Não há forma de se esquivar das conseqüências que gera, a brutalidade e a injustiça do aborto com uma linguagem piedosa ou gestos teatrais. O aborto é um homicídio legalizado. Tem que parar. Qualquer outro direito depende do direito à vida.

-O livro está escrito principalmente para os leitores dos Estados Unidos, visto que fala diretamente da Igreja nos Estados Unidos. O que os leitores de fora do país podem obter do livro?

-Dom Chaput: Todos os católicos, onde quer que estejam, precisam recordar que primeiro somos cidadãos do céu. Esse é o nosso lar. Servimos melhor nossa nação neste mundo vivendo nossa fé católica plena e autenticamente, e oferecendo nosso testemunho católico sobre a dignidade humana de forma vigorosa na vida política de nossa nação.

É necessário que deixemos de estar envergonhados de falar e trabalhar pela verdade. Podemos ser discípulos ou podemos ser covardes. No mundo de hoje, não há lugar para nada mais. É necessário que escolhamos.

Cristianismo não é filosofia nem moral, é encontro.


Gilberto Alexandre da Luz
Ao rememorar a «conversão» de São Paulo

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 3 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- O cristianismo não é uma filosofia ou uma moral, é um encontro com Cristo, explicou Bento XVI nesta quarta-feira, ao ilustrar o momento central da vida de São Paulo: seu encontro com Jesus no caminho de Damasco.
Continuando com a série de catequeses sobre o apóstolo dos povos, no Ano Paulino, que dura até o próximo mês de julho, o Papa reviveu junto a milhares de peregrinos congregados na Sala Paulo VI o momento central da vida de Saulo de Tarso.

Foi um autêntico giro em sua vida, declarou, «o Cristo ressuscitado aparece como uma luz esplêndida e fala a Saulo, transforma seu pensamento e sua própria vida».

Contudo, assinalou o bispo de Roma, «Paulo não interpreta nunca este momento como um fato de conversão. Por quê? Há muitas hipóteses, mas o motivo é muito evidente. Este giro de sua vida, esta transformação de todo seu ser não foi fruto de um processo psicológico, de um amadurecimento ou evolução intelectual ou moral, mas veio de fora: não foi o fruto de seu pensamento, mas do encontro com Jesus Cristo».

«Não foi simplesmente uma conversão, um amadurecimento de seu ‘eu’, mas foi morte e ressurreição para ele mesmo: morreu uma existência sua e nasceu outra nova com Cristo Ressuscitado. De nenhuma outra forma se pode explicar esta renovação de Paulo.»

«Todas as análises psicológicas não podem esclarecer nem resolver o problema. Só o acontecimento, o encontro forte com Cristo, é a chave para entender o que aconteceu: morte e ressurreição, renovação por parte d’Aquele que se havia revelado e havia falado com ele», acrescentou o Papa.

Isso significa que, para os crentes, «o cristianismo não é uma filosofia nova ou uma nova moral. Só somos cristãos se encontramos Cristo», explicou o pontífice.

O Papa explicou que este encontro pessoal se realiza hoje «na leitura da Sagrada Escritura, na oração, na vida litúrgica da Igreja».

Só neste encontro «podemos tocar o coração de Cristo e sentir que Ele toca o nosso. Só nesta relação pessoal com Cristo, só neste encontro com o Ressuscitado nos convertemos realmente em cristãos».

Morte e ressurreição

O Papa, tomando as duas fontes do Novo Testamento que ilustram este acontecimento (os Atos dos Apóstolos e as Cartas de São Paulo), explicou aos peregrinos a centralidade do encontro com Cristo na vida do Apóstolo.

Muito além dos detalhes do relato do Caminho de Damasco, Bento XVI explicou que a chave é a aparição real do Ressuscitado.

«O esplendor do Ressuscitado o deixa cego: apresenta-se também exteriormente o que era a realidade interior, sua cegueira com relação à verdade, à luz que é Cristo. E depois seu definitivo ‘sim’ a Cristo no batismo reabre de novo seus olhos, faz-lhe ver realmente.»

«Todas as análises psicológicas não podem esclarecer nem resolver o problema. Só o acontecimento, o encontro forte com Cristo, é a chave para entender o que aconteceu: morte e ressurreição, renovação por parte d’Aquele que se havia revelado e havia falado com ele.»

Paulo se sente sempre «escolhido e enviado pelo próprio Cristo, sem intermediários», explica o Papa, mas sempre em comunhão com toda a Igreja.

«Paulo aprendeu que, apesar de sua imediata relação com o Ressuscitado, ele deve entrar na comunhão da Igreja, deve ser batizado, deve viver em sintonia com os demais apóstolos. Só nesta comunhão com todos ele poderá ser um verdadeiro apóstolo», acrescenta.

Por último, o Papa explicou que esta experiência do apóstolo é a que lhe permitiu integrar sua tradição judaica com o pensamento e a filosofia pagã.

«Isso engrandeceu seu coração, abriu-o a todos. Neste momento não perdeu o que havia de bom e de verdadeiro em sua vida, em sua herança, mas compreendeu de forma nova a sabedoria, a verdade, a profundidade da lei e dos profetas, e se apropriou deles de um modo novo.»

«Ao mesmo tempo, sua razão se abriu à sabedoria dos pagãos; tendo-se aberto a Cristo com todo seu coração, ele se converteu em capaz de estabelecer um diálogo amplo com todos, fez-se capaz de fazer-se tudo para todos. Assim realmente podia ser o apóstolo dos pagãos», concluiu Bento XVI


FONTE: http://www.zenit.org/portuguese/mensagens.html

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Livre - Arbítrio - Santo Agostinho


Gilberto Alexandre da Luz.

Pretendo com esse trabalho comparar a expressão “LIBERDADE E LIVRE ARBÍTRIO”. O presente tema sugere que liberdade e livre arbítrio são duas coisas distintas. Pois curiosamente a discussão sobre a existência ou não de nossa própria liberdade terminará por discutir se Deus, caso exista tal ser responsável pelo universo que vivemos também é livre, ou se está subordinado à sua própria onipotência como um ente eternamente condenado a um congelamento existencial imutável, atributo recorrente da perfeição. Também é um apelo a existência a liberdade e Livre Arbítrio, mas quero defender e justificar que a liberdade é nosso dom precioso, e que acreditar nela é mais sensato e preferível a crer que somos objetos de um determinismo cósmico, de um destino, quer seja intencional ou não.
O segundo objetivo é obter maiores conhecimentos deste que foi um grande Homem para a Igreja e também atender uma das exigências do programa de aprendizagem de História da Filosofia medieval, ao qual me remeto na análise do livro o Livre Arbítrio, de Santo Agostinho, talvez um dos maiores escritos sobre esse tema já realizado em toda a história, fazendo uma síntese de toda esta obra. Portanto, não é minha intenção ao realizar este trabalho se desfazer das idéias que por ele foram experenciadas, e sim contribuir com uma outra leitura acerca do que ele trata neste livro. Por não ter todo esse conhecimento sobre Santo Agostinho, não me atreveria escrever um tratado, e sim algo do que já pude ler sobre ele, e essa leitura ainda é muito pouca e se limita em Confissões, Livre Arbítrio, A verdadeira religião etc. Porém, desejo com este trabalho aprofundar ainda mais meu conhecimento sobre Santo Agostinho, este que foi um Santo muito importante para a história da Igreja no Século III. É também meu objetivo durante a graduação em filosofia nesta academia, aprofundar o estudo agostiniano e desenvolver meu trabalho de conclusão de curso em Agostinho. Pretendo trazer acerca deste tema proposto: Liberdade e Livre Arbítrio uma reflexão nova, dentro de meu entendimento, evidente que o primeiro passo é deixar claro o significado destes termos: Liberdade e Livre Arbítrio. Partindo do pressuposto que este assunto já foi tema de muitos trabalhos acadêmicos e teses de doutorado, mas parto da idéia de que cada um tem sua forma de interpretar, por isso, julgo ao mesmo tempo um desafio para um iniciante na filosofia começar seus estudos filosóficos em um grande Santo da Igreja e que muito contribui para a quebra de muitos paradigmas que precisavam ser quebrados, não que eu vou escrever uma grande tese, mas dentro de minha capacidade intelectual, na simplicidade e humildade desejo levar o leitor a uma perspectiva diferenciada do pensamento de Santo Agostinho. Como já mencionei o principal estudo deste filósofo tem como intenção uma desmistificação de conceitos que acabam interferindo na vivência do homem como ser amado e especial aos olhos de Deus. Na verdade Santo Agostinho procura justificar a existência do mal como algo funcional, ou seja, o mal no preenchimento do estado mental pode ser capaz de inspirar o homem a colocar toda sua confiança nas coisas materiais e no prazer do corpo, em contra ponto a Deus que é a bondade absoluta.
Ora, este rompimento pessoal com Deus é também prejudicial em todas as outras dimensões humanas. O homem acaba perdendo-se nas tentações e nos pecados que mais denigre a imagem primeira, a de ser filho de Deus. Na medida em que a alma foi criada por Deus para reger o corpo, e o homem, fazendo mal uso da sua liberdade, inverte essa relação, subordinando a alma ao corpo e caindo no pecado e na ignorância. Sendo assim a alma acaba por aniquilar-se. Deste modo, o próprio pecado passa a ser uma força que atuou sobre si e o fez agir assim. Depois de sua conversão, Agostinho reconhece que o ato de pecar depende de cada um, bem como a verdade está em nosso interior.
Para Agostinho a existência da vontade livre (Liberum arbitrium) jamais chegou a ser um problema. Trata-se, a seu ver, de uma verdade primária e evidente, e, portanto incontestável. Temos consciência de nos determinarmos a nós mesmos e de sermos responsáveis por nossos atos. O problema propriamente agostiniano diz respeito ao uso dessa vontade livre, bem como ao seu valor e a sua bondade. Qual a razão de ser da vontade, e como conquistá-la à perfeição na liberdade?