domingo, 18 de maio de 2008

Apresentação do Trabalho de Pesquisa em Kant e Hannah Arendt

Apresentação do trabalho de pesquisa do graduando Tiago Cardoso de Assis. Estudante de filosofia no 3º ano, 5º período, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Tendo como orientador desta pesquisa o professor Dr. Daniel Omar Perez.

Tema de pesquisa

A NATUREZA HUMANA EM KANT E HANNAH ARENDT E O PROBLEMA DO MAL.
→ República – estado de paz ≠ estado de natureza
→ Direito das gentes

Direito Natural ● A priori podendo ou não existir
● Fonte da Razão
● O que é direito justo → Injusto
Direito Positivo ● Vontade
● Empírico
● Decreto as Leis


Estado Civil Ação Humana
▪ Liberdade ▪ Vontade
▪ Igualdade
▪ Independência


LEI E MÁXIMA DEVER Objetivo Ação Moral Ação Legal
Lei Prática 1º Ordem Obediência Obediência
2ª Ordem Subjetivo
As Leis Conforme o Dever
A priori A posteriori
Objetivo Subjetivo






DEVERES

PERFEITOS IMPERFEITOS
Direitos AMPLO COMO AGIR



SENTIMENTO RESPEITO EXISTÊNCIA DO HOMEM
COMO FIM EM SI MESMO

OBJETIVO SUBJETIVO
RACIONAl RESPEITO PELA LEI, DEVE JUSTIFICAR OS MEIOS


RAZÃO CONHECER EM SI PRÓPRIO
C.R. da R.P. Liberdade Vontade



AÇÃO JUSTA AÇÃO INJUSTA

LIBERDADE LIBERDADE

FINS PARTICULARES


MAL RADICAL DIREITO PÚBLICO
PROBLEMA DA LIBERDADE
INTRINSECO ESTADUAL DAS GENTES
COSMOPOLITA





REINO DOS FINS
TOTALIDADE
LIBERDADE DE PENSAR
USO PÚBLICO DA RAZÃO: 3 MÁXIMAS 01-PENSAR POR SI MESMO
02-PENSAR NO LUGAR DE TODOS OS OUTROS
03-PENSAR SEMPRE EM CONCODÂNCIA CONSIGO (concabilidade)

BANALIDADE DO MAL
TRÊS CARACTERÍSTICA
01-Destruir a pessoa Jurídica
02-Anular a individualidade
03-Coisa → Sujeito insignificante, (perde toda liberdade)

BANALIDADE DO MAL BANALIDADE HUMANA
- CAPACIDADE DE JULGRA - Processo
- S.F.SISTEMA FINAL

- OBEDIÊNCIA CEGA
- PENSAMENTO – Banal


O QUERER

COMPREENDER VONTADE

NO SENTIDO DE PERDOAR LIBERDADE

sábado, 10 de maio de 2008

Roteiro do Filme "Nascendo para um novo Tempo"

O filme nascendo para um novo tempo que será lançado no final do primeiro semestre de 2008, busca explorar a existência humana imersa nesse contexto de aculturação que presenciamos atualmente, e é por presenciarmos esta era dominada pela tecnologia, em que o tempo fica cada vez mais escasso, que decidimos mostrar as conseqüências que isso traz a um indivíduo.
No protagonista do filme que é Dionísio, propomos retratar um homem que, quando reconhece que viveu durante muito tempo perdido em ilusões, se defronta com uma existência inerte, ou seja, vazia de significados. É a partir desse defronte, aonde nenhum objetivo se atingiu e aonde nenhuma certeza sobrou que o personagem começa a descobrir a possibilidade de trilhar novos caminhos, re-elaborando assim o seu projeto de vida.
O filme, portanto, se divide em 4 partes: a primeira, quando o protagonista ainda está inserido na sociedade técnica e consumista. As principais características que exporemos no personagem é a perda dos valores, a desvalorização às instituições e a extrema necessidade de saciar seus desejos, que quando saciados, geram outros e outros.
Na segunda parte, propomos demonstrar através de Dionísio o desmoronamento dessa vida somente materialista, e a desilusão frente ao mundo em que vivia, mostrando a percepção do homem que encara a existência sem nenhum sentido.
Já na terceira pretendemos trabalhar com um desvelamento de novas possibilidades no encontro entre homem e natureza, acreditando que esse contato propicia um ótimo cenário para a descoberta de si -o que pressupõe a importância de uma ligação com o momento presente, pois só quando assim fazemos que paramos de nos pré-ocuparmos com outras coisas que não o que somos puramente- como ser que só é com o outro, e que, portanto, só se constitui enquanto relação.
E finalmente, na quarta parte ressaltaremos o resgate de um sentido para a existência e a série de dilemas que alguém com esse propósito tem de conviver. Como afirmaremos algo sem deixar que o orgulho e o sectarismo não nos ceguem? Como lidaremos com toda a realidade que até então tínhamos encarado com outros olhos?
Paralelamente a toda essa trama, que demonstraremos por intermédio da ficção, correrá paralelamente um documentário, no qual filósofos exporão suas opiniões, considerando escolas e pensadores, sobre os temas abordados no filme.



Roteiro do filme nascendo para um novo tempo

1ª cena
dia.
Personagens: Dionísio.
Local: em um quarto.

Uma moeda sendo lançada para cima.
Dionísio: - Preciso repensar meu dinheiro.

2ª cena
dia.
Personagens: Dionísio, Julio (seu filho) e empregada
Copa, café da manha.

Julio:- Bom dia pai!
Dionísio: -Bom?...só se for para você.
Empregada: -Ai seu Dionísio, pra que tratar assim a criança? Não vê que isso é traumatizante?
Dionísio: -não to nem ai, só quero meu café. Estou atrasado.
empregada: -Daqui a pouco sai!
Dionísio: -É bom andar logo!
Empregada sai.
-Ta vendo filho? É assim que devemos agir. Devemos ter pulso firme com aqueles que são inferiores.
Julio: -Mas pai, meu professor falou que todos os seres humanos são iguais, e que não devemos julgar as pessoas pelas suas aparências.
Dionísio: -HAHAHAHA...Claro que não idiota! Isso é bobagem! O mundo não é assim. Isso ai é historinha pra criança. Na vida filho, sempre estamos correndo para alcançar o carro do outro, lutamos pelo status filho, corremos atrás do poder. Por isso, aprenda desde já! O mundo é daqueles que tem!
Julio: -Mas... e o amor pai??
Dionísio: -....acho que você ainda é muito novo pra aprender sobre isso.
Empregada: - Ta aqui seu café! E o senhor pode acertar comigo, já não quero mais trabalhar aqui! Não consigo me conformar com todas essas besteiras que o senhor fala pro seu filho! Fica enchendo a cabeça do menino de minhoca!
Dionísio: - Pois então vá! Ahh...e só pra não esquecer, seu café é tão ruim quanto você na cama.... Vá, vá logo e não me encha mais!

3ª cena
dia
Personagens: Dionísio
Local: Rua, trânsito, dentro do carro.
Um carro fecha o carro de Dionísio

Dionísio: -Vá se ferra seu babaca!! Entra na auto-escola de novo rapaz!!
“esse idiota acaba de estragar meu dia!”

4ª cena
dia
Personagens: Dionísio, atendente de supermercado.
Local: supermercado.
Dionísio compra uma coca-cola e mais um maço de cigarros.

Dionísio: “...ah...hora de satisfazer meus prazeres...cigarros....refri...ah..só falta esta gostosa da propaganda.”
Atendente: -Só isso senhor?
Dionísio: -Sim.
Atendente: -Tenha um bom dia senhor.

entrevista
tema: padrões de mercado, sociedade massificadora, desestruturação das instituições e contras do modelo de vida baseado no consumismo.

5ª cena
dia
local:sala de um cartório, cigarros e café. Protagonista carimbando
Personagens: Dionísio e seu chefe (Paulo).

Chefe: - Dionísio, que palhaçada é essa aqui? Já são mais de três requerimentos que você carimba errado!
Dionísio: - Desculpa chefe.
Paulo: - Ah..e você acha que tudo se resolve simplesmente com uma desculpa? Não é você que agüenta todas aquelas reclamações depois!
Dionísio: - Já pedi desculpas Paulo! E além do mais, essa rotina me enche. Tenho que ficar carimbando todas essas folhas que não tem nenhum sentido pra mim, enquanto as coisas funcionam para poucos, que molham a sua mão!
Paulo: - Do que você está me acusando?...cuidado rapaz!...quer saber? Estou cansado de seus erros e de seu jeito arrogante de ser! Você está demitido!
Dionísio: - Mas....ah! também já estou cansado de engolir sapo de alguém tão babaca! Se há algum erro aqui está no meu salário! Fico contente de nunca mais ter que olha para essa sua cara gorda.
Cospe no chão e sai
Câmera acompanhando.
Dionísio: “era só o que me faltava, durante tanto tempo fiquei só carimbando aqueles papéis que agora nem sei se sei fazer outra coisa! Aquele balofo, puta que pariu! Acho que vou tomar uma coisinha em algum bar.”

6ª cena .
dia
Bar, tomando conhaque e pensando.
Dionísio, Garçom.

Dionísio: “....durante todos esse anos da minha vida em que só no que pensei foi no que era útil, o que carrego comigo, o que verdadeiramente sou eu?....tenho um filho, um carrinho uma casa. Ah! Droga! Estou sempre procurando como meus fundamentos aquilo que tenho. Nunca consigo chegar no que sou. Talvez seja porque durante toda minha vida essa foi a minha preocupação. E agora pergunto, até onde tudo isso me levou? O que sei da vida? Pra onde estou indo?”
- me serve mais uma
Garçom: - Servida.
Dionísio: “...agora já não mais enxergo sentidos pra viver, a única mulher a quem eu tinha, foi embora de minha casa, meu emprego já era, só tenho mais 20 reais, que provavelmente vou beber, não posso comprar nada. Como posso ter desperdiçado 40 anos de minha vida, como se apertasse a descarga de uma privada cheia de merda? Já não entendo mais nada. E como nada me resta, prefiro vagar pelo mundo a esmo, esperando aquilo que todos esperamos quando vivemos...”
- Quanto deu ai? Ug, ug.
Garçom: - 5 doses....15 reais senhor.

7ª cena
dia
Rua. Centro da cidade.
Dionísio.

Dionísio: - Digo pra todos que me ouvirem! Não façam como eu, não desperdicem 40 anos de suas vidas vivendo atrás de utilitários inúteis , correndo atrás de uma casa ou de uma blusa. Pois quando acordamos, percebemos que nossa corrida foi em vão, e que passamos o tempo todo ignorando o que realmente somos: nada. Hoje, me encontro na total desilusão, meus sonhos de consumo agora sei que nunca vou satisfazer, haha, já não tenho mais dinheiro, compreendo que minha sede nunca teria fim! Por isso me ponho na estrada e por isso agora grito. Descobri dentro de mim que tudo o que estou sendo até agora é vazio!
Ando porque não consigo sonhar, ando sem destino para pagar toda a ingratidão que dei à vida e sofro porque tudo o que sei é sofrer.

Entrevista
Tema: O homem niilista e seu pessimismo, a quebra dos valores, o despertar filosófico e a crise existencial.

9ª cena
noite
Auto-estrada
Dionísio e andarilho.

Andarilho: - Que faz aqui homem? De camisa e calça de rico? Andando nesse trecho?
Dionísio: - Como ainda consegue ter forças pra perguntar sobre o problema dos outros? Só os seus já não te bastam?
Andarilho: - Dificilmente converso com alguém nessa vida, e quando converso é só com alguém que ta na estrada também. To vendo que tu é novo mesmo na BR rapaz, e já vou logo avisando: aqui não tem espaço pra orgulho. As vezes tu vai ta com sede, e não vai ter água. As vezes tu vai ter fome, e não vai ter o que comer. Assim como um dia eu também vou ter, por isso aqui dependemos uns dos outros.
Dionísio: - se quer pedir algo vamos direto....
Andarilho: - hahahaha...não to pedindo nada não senhor! Só to querendo puxar conversa, mas já vi que tu vai ter muito que aprender ainda! Aqui não é que nem era tua vida lá na cidade. E pra tu não ter que sofrer como eu sofri durante anos nessa estrada que te digo, aceita tua condição e se enxerga no teu irmão. Jesus Cristo já falava amigo, somos todos iguais.

Dionísio segue.

“era só o que me faltava agora ter de escutar as palavras de um velho mendigo bancando uma de” sabe tudo “, mas até que tem coisas que ele falou que já ouvi faz muito tempo e só agora, depois de tudo o que passei ,que imagino porque diziam. Só agora, quando vejo que não adianta corrermos atrás do carro do ano, pois só enquanto estamos correndo, perdemos parte da vida, que entendo quão injusto é aquele modo consumista de se viver.”
Dionísio: - Hahaha
“Só agora que entendo, quando vejo que por todos dependermos um dos outros, não existe ninguém que seja melhor ou pior que o outro, pois todos dependemos de todos, ah, mas que bobagem todo esse papo. Tenho só cinco no bolso, e quando ele acabar, provavelmente me estenderei em uma sarjeta esperando que a morte me pegue.”

10ª cena
Dionísio
madrugada
frio, estrada de terra

“Como puderam tantos homens ter procurado esses momentos de meditação? Não consigo dormir, não consigo sonhar, só sinto meus pés congelarem. Durante toda minha vida sempre o que fiz foi esperar: esperando o fim do dia, esperando o fim do mês, pra pagar aquela conta que já não agüentava mais a prestação, e quando uma quitava, outra fazia.”
Dionísio: - Ahhhh...E agora?? O que esperar??
“Talvez a única coisa que me caiba esperar seja o raiar de um novo dia de sol.”

11ª cena
Dionísio
Raiar do sol
Tomada de longe pinheiro do Paraná
Pink floyd – atom heart mother

“...aqui estou agora, pensando em todas essas coisas...e pela primeira vez, por incrível que pareça, sinto-me como nascendo outra vez, tudo o que esperava encontrei dentro de mim, olhando o sol...é incrível. Como nunca notei? Sinto-me agora burro por nunca ter olhado o pinheiro, que sempre esteve com os galhos voltados para o alto, pedindo para que o sol chegasse e que tudo iluminasse. Sinto-me feliz como nunca, finalmente compreendo o que é o amor, sempre quando me falavam achava que o amor era algo ligado somente a prazeres que, agora posso notar, eram meros prazeres efêmeros..”
Dionísio: - Ahhhhh....vida!!!
“sinto-a agora, espero que isso que contemplo não passe...ah droga, como durante tanto tempo vivi sem acreditar nas coisas boas que a vida podia me dar? sempre fui um servo da destruição, nunca tinha, até então contemplado a imensa luz de um amanhecer de verão. Hahah, até mesmo dentro de um burro como eu aparecem tamanhas maravilhas....sinto como nunca a sensação de existir!”

entrevistas: santo Agostinho e a teoria da iluminação, mito da caverna e a aquisição de sentido para a existência. Shelling, o ideal é o real.

12ª cena
Posto de gasolina, restaurante
Dionísio e Gerente

Dionísio: - Bom dia amigo, até anteontem vivia na cidade, tinha emprego e tudo, mas saí de casa, bebi um pouco e, por perceber quanta bobeira estava fazendo de minha vida me pus a andar. E aqui estou agora, sem dúvida esses dias foram os mais importantes da minha vida, pois descobri que todos nós somos irmãos e...
Gerente: - ta bom, ta bom, pare de me enrolar com esse blábláblá e peça logo um prato de comida....
Dionísio: - era isso mesmo que eu queria senhor, mas não esperava receber tratamento tão estranho....
Gerente: - toma, e vai embora...
Dionísio: - Obrigado senhor.
Dionísio Sai

“é....agora que comecei a perceber como realmente podemos ser mais, muda de foco minha vida, e imagino quanta dificuldade ainda vou passar, por tentar reconstruir tudo aquilo que tinha derrubado e ignorado durante 40 anos...”